sexta-feira, 27 de abril de 2012

'Meu sonho é ficar famoso e viver da música', diz gari que gravou CD no PR

O gari, conhecido como Toniel, mora em Pinhais, na Grande Curitiba.
Ele aproveita o intervalo do expediente para divulgar o CD.


O gari José Cláudio de Oliveira, de 38 anos, que também é conhecido como Toniel, saiu de Minas Gerais, passou por São José dos Campos, no interior de São Paulo, e decidiu tentar a vida de cantor em Curitiba, onde conseguiu gravar o seu primeiro CD solo. "Eu já nasci apaixonado pela música. Quando tinha sete anos aprendi a tocar violão e minha inspiração foi meu pai, que tocava nos bailes em Minas".
José conta que depois que o pai casou, desistiu de cantar. "Eu não lembro direito, mas acho que minha mãe não gostava de música, ou 'das' músicas dele", brinca Toniel.
Segundo Oliveira, a desistência do pai serviu de incentivo para o início da carreira. "No período que morei em São José dos Campos, eu tocava nos bares e nas feiras que tinham na cidade e até fazia sucesso, muita gente gostava e me aplaudia". Diante do sucesso, o cantor acabou conhecendo um amigo que topou formar uma dupla sertaneja com ele. Eles conseguiram gravar um CD da dupla, mas a alegria durou pouco tempo. "Meu colega bebia muito e se tornou irresponsável. A produtora que gostava das nossa músicas acabou desistindo da parceria e voltei pra estaca zero".
Depois de casado, em 2006, o cantor decidiu deixar o interior paulista para trabalhar e tentar a carreira na Grande Curitiba, onde vive atualmente. Ele afirma que o apoio da esposa foi essencial e que nunca perdeu a esperança. "Tudo deu certo. Assim que chegamos em Pinhais, na Região Metropolitana, eu já consegui a vaga de gari e consegui sustentar minha família".
Lutei muito para conseguir tudo isso, minha vida nunca foi fácil, meu trabalho é árduo. "
José Cláudio  de Oliveira, cantor
Foi a partir daí que música voltou à tona na vida de Toniel. Depois de tocar em bares e festas particulares ele conheceu um outro amigo, que o ajudou a bancar o primeiro CD solo. "Nós dividimos o valor, eu tive que fazer um empréstimo e investi R$ 8 mil. Meu maior sonho agora é ficar famoso e viver da música".
O gari trabalha oito horas por dia e aproveita os intervalos do expediente para divulgar as onze músicas do CD. Quatro delas foram compostas por ele. Os rítmos são sertanejo, forró, pagode, romântico e vanerão.
Na última sexta-feira (20), o cantor teve parte do seu sonho realizado. Com o apoio da equipe de reportagem da RPC TV, ele foi apresentado à dupla sertaneja Álvaro e Daniel, que gostou das canções e tocou uma delas durante um programa da Rádio 98FM.
Toniel ficou emocionado e disse que depois de tanta dificuldade, ouvir uma música própria em uma rádio foi uma vitória. "Lutei muito para conseguir tudo isso, minha vida nunca foi fácil, meu trabalho é árduo. Vou continuar a insistir na carreira musical, e sinto que um dia ainda vou ser famoso", comemorou o cantor.
O primeiro show de Toniel será realizado na festa do Dia do Trabalhador (1º), no Parque São José, Em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A apresentação dele começa às 14h.


Governo do PR lança programa para auxiliar micro e pequenas empresas

Programa Bom Negócio Paraná terá linhas de crédito e auxilio gerencial.
Ideia é ajudar empresas formais e informais, com renda até R$ 2,4 mi ao ano.


O governo do Paraná lançará, nesta sexta-feira (27), em Maringá, no norte do estado, um programa para beneficiar cerca de 60 mil micro e pequenos empresários. O programa Bom Negócio Paraná pretende fornecer capacitação gerencial e crédito subsidiado a empresas formais e informais que tenham renda bruta de até R$ 2,4 milhões ao ano.
As taxas de crédito do Bom Negócio Paraná irão variar entre 0,58% e 1,1%. O dinheiro será disponibilizado pelo Banco do Empreendedor, da Agência de Fomento do estado. Os recursos poderão ser aplicados em diversas áreas, como capital de giro, realização de obras, reformas, compra de móveis e instalações ou aquisição de equipamentos.
O projeto será desenvolvido em parceria entre o governo do estado, Fiep, Faep, Fecomércio, Sebrae, instituições públicas de ensino superior e associações comerciais dos municípios.
 



Vereador é baleado em frente à Câmara de Maringá, no Paraná

Wellington Andrade (PRP) havia estacionado na rua quando foi assaltado.
Assessoria do Legislativo informou que ele reagiu e levou dois tiros.



O vereador de Maringá Wellington Andrade (PRP) foi baleado em frente à Câmara do município do norte do Paraná no início da tarde desta sexta-feira (27). De acordo com a assessoria de imprensa do Legislativo, ele foi vítima de assalto e reagiu, por volta das 14h30.
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Segundo a Câmara, Andrade estava acompanhado de um assessor e havia saído de um banco. Ele estacionou nas proximidades da Casa, quando foi abordado pelo assaltante. O parlamentar tinha sacado cerca de R$ 3 mil, mas não se sabe se o dinheiro foi levado, pois parte dele caiu na calçada quando o assaltante fugiu no carro do vereador.
Os tiros acertaram a mão e o abdômen de Andrade. Ele foi encaminhado para o Hospital Universitário de Maringá e não corre risco de morrer. Até as 15h30, o suspeito não havia sido localizado.
Boa noite pessoal,aqui estamos com noticias saindo do forno,e outras nem tanto la vai....



 

Em 20 anos, cerca de 70% das mortes de jornalistas ficaram impunes no Brasil


Em 20 anos, cerca de 70% das mortes de jornalistas ficaram impunes no Brasil
"Corpo do jornalista Décio Sá"
Aproximadamente 70% dos assassinatos de jornalistas registrados no Brasil nos últimos vinte anos ficaram impunes, segundo levantamento da organização americana CPJ (Comitê para a Proteção dos Jornalistas).
O caso mais recente é o do repórter de política e blogueiro Décio Sá, baleado em um restaurante no último dia 23 em São Luís (MA). Sá trabalhava no jornal O Estado do Maranhão, da família do presidente do Senado, José Sarney.
O CPJ contabilizou 20 assassinatos entre 1992 e 2012 no Brasil, sendo que 14 não foram punidos. Outros seis foram parcial ou totalmente esclarecidos e seus culpados punidos.
O Brasil foi classificado pelo comitê em 11º lugar entre os países onde há mais impunidade contra profissionais da imprensa.
'Os crimes contra jornalistas continuam sendo um dos principais problemas que a imprensa enfrenta nas Américas', afirmou em nota Gustavo Mohme, da Sociedade Interamericana de Imprensa, após a morte de Sá.
Contudo, o levantamento da CPJ está desatualizado. A organização contabilizou em 2012 apenas o assassinato do jornalista Mário Randolfo Marques Lopes, em Vassouras (RJ), em fevereiro.
Não foram incluídos no estudo a recente morte de Sá e os assassinatos do radialista Laécio de Souza, da rádio Sucesso FM, de Camaçari (BA), ocorrida em janeiro, e do repórter do Jornal da Praça e do site Mercosulnews Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, em Ponta Porã (MS), em fevereiro.
Esclarecido
Apenas um dos quatro assassinatos de jornalistas de 2012 foi esclarecido pela polícia, o de Laércio Souza.
Segundo a Polícia Civil da Bahia, ele foi morto por criminosos em janeiro, na cidade de Simões Filho (região metropolitana de Salvador) após descobrir e denunciar um esquema de narcotráfico que operava em uma comunidade onde ele planejava realizar trabalhos sociais.
Um suspeito foi preso e aguarda julgamento. Um adolescente foi apreendido e submetido a 45 dias medida socioeducativa. Um segundo adolescente que participou do crime foi achado morto.
A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão afirmou que um suspeito chegou a ser detido, mas não foi formalmente indiciado.
Já as mortes de Rodrigues e Lopes permanecem sem solução.
Intimidação
Segundo a pesquisa do CPJ, a maior parte das vítimas são jornalistas que denunciaram casos de corrupção.
No segundo lugar do ranking vêm os repórteres policiais e em terceiro aqueles que escrevem sobre temas políticos.
Porém, mais comuns que os assassinatos são os casos de intimidação e ameaças.
Após escrever reportagens sobre assassinatos extrajudiciais cometidos por maus policiais em 2003, o repórter especial paulistano J., de 54 anos, que não terá o nome revelado, começou a receber ameaças e teve que 'desaparecer' por 40 dias. Depois trabalhou por mais de quatro meses protegido por uma escolta armada.
'Muda tudo na sua vida. Você se dá conta que é extremamente vulnerável', afirmou J.
'A minha família ficou desesperada, se eu atrasasse cinco minutos era motivo para muita preocupação. Quase entrei em depressão', disse.
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sexta-feira, 2 de março de 2012

Haddad defende governo Dilma e ironiza José Serra REBLOGANDO.....

O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, aproveitou nesta sexta-feira (02) a gafe cometida pelo adversário e pré-candidato do PSDB, José Serra, que referiu-se ao Brasil como 'Estados Unidos do Brasil' quando o correto é 'República Federativa do Brasil', para defender a presidente Dilma Rousseff (PT) das críticas do tucano."Talvez estejamos falando dos Estados Unidos do Brasil e não da República Federativa do Brasil. É algum outro País na cabeça do candidato José Serra e não o Brasil", ironizou Haddad, em resposta à Serra que avaliou que o governo da petista ainda não deslanchou e que não se sabe bem qual é o rumo da atual administração federal.

Leia também:
Serra comete gafe e diz que nome do país é Estados Unidos do Brasil
Serra diz que governo Dilma ainda não 'deslanchou'

Kassab diz que apoio a José Serra é 'incondicional'
Haddad, que participa na tarde de hoje de visita ao distrito de Ermelino Matarazzo, na zona leste da Capital, disse que o que está em jogo nessa disputa eleitoral é a cidade de São Paulo e é a cidade que deve ser discutida. No seu entender, é preciso manter o foco nas questões relacionadas à cidade e seu adversário (o tucano José Serra) deveria manter a mesma postura. "Eu estou me dispondo a concorrer", provocou.
Na defesa que fez do governo Dilma Rousseff, Haddad alegou que a presidente ainda está no início de seu segundo ano de mandato e que ela faz parte de um projeto iniciado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Um governo que terminou com 85% de aprovação popular", emendou, indagando, em seguida: "Vai negar este fato?"

Na posse de Crivella, Dilma chora e defende política de coalizão Presidente lamentou a saída de Luiz Sérgio do Ministério da Pesca. 'Infelizmente', às vezes é preciso 'prescindir' de algumas pessoas, disse.



A presidente Dilma Rousseff chorou ao lamentar, nesta sexta-feira (2), durante cerimônia de posse de Marcelo Crivella no Ministério da Pesca, a saída de Luiz Sérgio de sua equipe de ministros. Ela defendeu a existência de alianças e coalizões políticas como "essência para que o Brasil seja administrado" e disse que, "infelizmente", às vezes é preciso "prescindir" de algumas pessoas no governo.
"Luiz Sérgio, você foi e é um amigo e um parceiro que compreende a natureza de um governo de coalizão assim como a dedicação que a política muitas vezes acaba por nos impor em nome dos interesses do país", disse a presidente.
Luiz Sérgio, você foi e é um amigo [...] que compreende a natureza de um governo de coalizão assim como a dedicação que a política muitas vezes acaba por nos impor em nome dos interesses do país."
Dilma Rousseff
Crivella é apontado como uma indicação estratégica para aproximar o governo do setor evangélico. Ex-integrante da bancada evangélica no Congresso, ele assume o único ministério do PRB, seu partido, em substituição a Luiz Sérgio,que, sob Dilma, já havia ocupado a pasta das Relações Institucionais.
"A história recente do Brasil, de afirmação da democracia [...], tem sido marcada pelo exercício do poder por meio de alianças e coalizões politicas. Nisso o meu governo não é diferente. Esse é um país extremamente complexo, múltiplo e democrático. Assim sendo, a constituição de alianças políticas é essência para que o Brasil seja administrado, para que o Brasil seja governado de forma democrática e, ao mesmo tempo, que o governo represente os interesses da nação", disse Dilma.
A presidente ainda disse que Luiz Sérgio tem sua "gratidão", seu "respeito", sua "admiração" e sua "amizade". Eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, ele volta a ocupar seu cargo na Câmara.
'Lealdade'
Após a cerimônia de posse, Luiz Sérgio afirmou que a "emoção de Dilma" tem um significado importante e garantiu que continuará leal ao governo apesar de ter sido demitido do comando da Secretaria da Pesca.
"Essa emoção para mim significa muito. Significa que houve uma consideração e um reconhecimento pelo meu trabalho e pela minha lealdade com o governo", disse.
O ex-ministro, que agora reassumirá o cargo de deputado federal, minimizou o fato de ter sido "sacrificado" em prol da entrada do PRB no ministério. "Na busca da composição, muitas vezes é preciso substituir pessoas de quem gostamos, de quem estávamos gostando do trabalho. Então, eu continuo no governo, na Câmara, como deputado, e a presidenta Dilma pode contar comigo em qualquer situação", afirmou.
Dilma se emocionou ao falar sobre a saída de Luiz Sérgio do Ministério da Pesca (Foto: Dorivan Marinho / Agência Estado)
'Minhoca no anzol'Após o anúncio da mudança ministerial, na última quarta-feira, o novo ministro foi criticado por não conhecer o setor que irá comandar. Em seu discurso na cerimônia de posse, Crivella disse que não quer que a presidente fique "triste" por ter um ministro que "não é um especialista e não sabe colocar minhoca num anzol". "Mas colocar minhoca no anzol a gente aprende rápido. Pensar nos outros é que é difícil", disse.
"Acho que, de fato, o senador Crivella tem toda razão. A gente aprende a colocar a minhoca no anzol, o que é difícil de aprender é, de fato, governar para todos os brasileiros e para todas as brasileiras. Esse país, afinal de contas, levou alguns séculos para respeitar todos os cidadãos brasileiros", respondeu a presidente. "Tenho certeza que o Crivella vai acrescentar muito às nossas minhocas colocadas no anzol."
José AlencarA presidente também citou o vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Alencar, morto no ano passado vítima de um câncer. "O Zé honrou o PRB, do qual foi um dos fundadores, dignificou o governo ao qual ele pertenceu e com quem eu tive a honra de conviver. Engrandeceu a nossa nação, deixou um exemplo de abnegação e de amor tanto à atividade política, mas sobretudo uma homenagem à vida que deve inspirar cada um de nós", disse.
"O PRB de José Alencar e do ministro Crivella não podia ficar fora do meu governo. Na verdade, o PRB está apenas voltando."

Líder no Senado nega atritos do PMDB com o governo Em manifesto, deputados reclamaram por não participar de decisões. Romero Jucá disse que documento tem motivações políticas regionais.



Romero Jucá (PMDB-RR) negou queixa do partido por cargos no governo (Foto: Arthur Monteiro/Agência Senado )Líder no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) negou
queixa do partido por cargos no governo federal
(Foto: Arthur Monteiro/Ag. Senado)
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), negou nesta sexta-feira (2) que haja divergências entre o PMDB e o governo da presidente Dilma Rousseff. Nesta quinta, deputados federais do PMDB coletam assinaturas para um manifesto em protesto contra a forma de governar do PT e da presidente Dilma Rousseff.
O documento, assinado por ao menos 45 parlamentares da Câmara, deve ser entregue na próxima segunda (5) ao vice-presidente Micel Temer, ao presidente em exercício do partido, Valdir Raupp (RO), e ao líder da legenda na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
Segundo um dos autores, o deputado Osmar Terra (PMDB-RS), o documento expressa reclamação de que o partido não teria espaço no governo federal e estaria "excluído" da tomada de decisões políticas.
Questionado, Jucá disse que o manifesto encabeçado pelos deputados federais teria motivações políticas regionais, e não uma busca por espaço do partido dentro do governo federal.
"A questão de ministérios é uma decisão da presidenta. O PMDB não pleiteia nenhum ministério. O PMDB está fazendio parte da base do governo. Está tranquilo quanto a questão de cargos. Não é a questão de cargos que está presidindo este debate, esta manifestação na Câmara. É muito mais a condição de debate político regional e eleitoral. Vamos verificar de que forma vamos acalmar esta situação", afirmou o líder.
Segundo Jucá, a manifestação dos parlamentares deve ser discutida durante a reunião de coordenação política, que, segundo ele, vai "acalmar os ânimos".
"Está tudo sendo tratado no âmbito da política, local e regional. As eleições municipais não devem contaminar o quadro nacional. Devemos ter uma reunião da coordenação politica exatamente para conduzir, acalmar os ânimos", afirmou.

Com a viagem de Dilma para a Alemanha neste sábado (3), ainda não há, segundo a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, previsão de data para a próxima reunião de coordenação política, em que a presidente se encontra com os principais ministros e líderes do Congresso.


Com PMDB à frente, base aliada se rebela, e Dilma busca socorro de Lula


Sob pressão da base governista rebelada contra o apoio do Palácio do Planalto ao PT nas eleições municipais de outubro, a presidente Dilma Rousseff foi se aconselhar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Bernardo do Campo (SP), ontem, e adiou qualquer mexida no ministério por mais uma semana.
Em conversa de quase três horas, a presidente e seu padrinho político mostraram preocupação com o racha na base aliada do governo e com as dificuldades para agregar apoio em torno da candidatura de Fernando Haddad (PT) à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD).
Os adversários do PT acusam o partido de arquitetar um plano para se tornar praticamente hegemônico no cenário político brasileiro a partir das eleições deste ano.
Manifesto - Dilma ficou furiosa com um manifesto subscrito por 45 dos 76 deputados federais do PMDB, com críticas ao PT e ao governo, e não escondeu a contrariedade ao se encontrar com seu antecessor.
A viagem oficial da presidente à Alemanha neste fim de semana vem em boa hora, para dar uma pausa na base conflagrada. Dilma embarcará sob o peso do manifesto do PMDB, contrariada com as exigências do PR, com as defecções do PSB na votação do fundo de previdência do funcionalismo público, a debandada do PDT e a ousadia do discurso crítico do presidente da Força Sindical e deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), dentro do Palácio do Planalto. A disputa de comando no Banco do Brasil também foi abordada na conversa a portas fechadas.
A rebelião da base vem no embalo da pré-campanha municipal, em que todos os partidos - sejam eles governistas ou de oposição - se dizem ameaçados pelo projeto de crescimento do PT, em detrimento dos parceiros da aliança. O pânico maior vem do PMDB, partido que concentra sua força política e eleitoral nas bases municipalistas. Hoje o maior partido do País contabiliza 1.177 prefeitos. Os mais alarmistas diante da movimentação do PT para ampliar suas prefeituras temem que o PMDB acabe reduzido à metade.
'Nós estamos vivendo uma encruzilhada, onde o PT se prepara com ampla estrutura governamental para tirar do PMDB o protagonismo municipalista e assumir seu lugar como maior partido com base municipal no País', diz o manifesto de 25 linhas que será oficialmente encaminhado na segunda-feira ao vice-presidente Michel Temer.
Maus tratos - A iniciativa do protesto partiu do grupo dissidente que não se cansa de reclamar dos maus-tratos do governo, mas os setores mais próximos da cúpula peemedebista acabaram aderindo. Afinal, a preocupação com o apoio do governo à ofensiva petista assombra o conjunto do partido.
Como a eleição de prefeito tem repercussão direta no tamanho das bancadas que sairão das urnas de 2014, o PMDB tem pressa. O manifesto propõe um encontro nacional das bases (prefeitos, vereadores e presidentes de diretórios regionais) no dia 25 de abril, em Brasília. Se o partido encolher em outubro, será difícil tirar do PT a presidência da Câmara em 2013, a despeito do acordo de rodízio no cargo.
Na esteira do lançamento da pré-candidatura do tucano José Serra a prefeito de São Paulo, o PR decidiu pôr suas exigências sobre a mesa. Viu aí a oportunidade de voltar ao Ministério dos Transportes, em troca do apoio a Haddad. O PTB se uniu ao PSC na reivindicação da cadeira de ministro do Trabalho, antes ocupada pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. 'Juntos, temos 40 deputados e sempre somos fiéis ao governo', cobrou o deputado Sílvio Costa (PTB-PE), tentando mostrar a boa vontade de seu partido para compensar a debandada dos 26 pedetistas.
No PSB, o descontentamento da bancada ficou claro na votação do fundo de previdência. Foram 16 votos contrários e apenas 10 favoráveis ao governo. O Palácio do Planalto tomou o racha do PSB como uma afronta, deixando tontos os líderes do governo. 'Até agora não entendi o que houve com o PSB', desabafou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).